A plástica ocular é o segmento da oftalmologia que cuida do terço superior da face, ou seja, de todos elementos que protegem e interferem na funcionalidade dos olhos e da visão. Trata de problemas relacionados às pálpebras, supercílio, vias lacrimais e órbita e subdivide-se em duas abordagens:
1. Procedimentos Estéticos:
Blefaroplastia – Cirurgia Estética Palpebral
A blefaroplastia, tanto superior quanto a inferior, é uma cirurgia realizada para o tratamento da dermatocálase e/ou das bolsas de gordura palpebral, com o intuito de melhorar a aparência da região periocular do paciente, devolvendo um aspecto mais “jovem” a pessoa.
A dermatocálase (dermato = pele, calase = frouxidão, flacidez) é o nome técnico dado ao excesso de pele nas pálpebras que ocorre nas pessoas com o avançar da idade.
O surgimento da dermatocálase é um processo natural do envelhecimento que ocorre devido ao aumento da frouxidão dos tecidos (pele, músculo, etc.) em todo o corpo, que neste caso ocorre na região ao redor dos olhos. Ocorre também um processo de perda de gordura na face levando a uma perda da sustentação destes tecidos, que junto com a força da gravidade, acaba por causar uma queda da pele ao redor dos olhos e em toda a face. A época em que isso começa a ocorrer varia muito; em algumas famílias já se nota desde cedo, em torno dos 35 a 40 anos, mas na maioria das vezes ocorre em torno dos 60 anos de idade.
A dermatocálase pode gerar algumas consequências para a pessoa, sendo a principal, uma alteração da aparência, fazendo com que tenhamos um aspecto mais “envelhecido” ou “cansado”. Ela nunca causa cegueira, mas nos casos em que a queda da pele é muito grande pode atrapalhar a pessoa a enxergar (principalmente na parte superior da visão), diminuindo o campo visual, parecendo como se uma cortina estivesse cobrindo a parte de cima dos nossos olhos.
Para resolver este problema a solução é a cirurgia de blefaroplastia, que é realizada sob anestesia local com ou sem sedação. Vários cuidados devem ser tomados antes da cirurgia e o médico deve estar atento a muitos detalhes. É imprescindível que seja feito um exame oftalmológico completo (medida da acuidade visual e da pressão ocular, fundo de olho, avaliação de olho seco, etc.) antes da cirurgia, bem como uma avaliação de risco cirúrgico. Além do excesso de pele e bolsas palpebrais o médico deve estar atento à posição dos supercílios. O objetivo principal da cirurgia não é deixar “a pele dos olhos esticadinha” e sim harmonizar o rosto da pessoa, devolvendo a ela um aspecto mais jovem.
A blefaroplastia é uma das cirurgias estéticas mais realizadas no mundo, mas deve ser feita sempre com o máximo de cuidado e por um profissional médico com experiência no assunto, de maneira a alcançar o melhor resultado com o mínimo risco de complicações.
Procure seu oftalmologista e saiba mais.
Elevação do supercílio
A queda do supercilio é uma condição pouco identificada pelo paciente. O portador de ptose do supercilio geralmente procura o cirurgião oculoplástico com queixas de excesso de pele palpebral, olhar triste e cansado e bolsas palpebrais.
Existem varias opções de tratamento que variam conforme o tipo da ptose e necessidades de cada paciente. A correção temporária pode ser obtida com toxina botulínica. Entre as opções cirúrgicas há técnicas transpalpebrais, técnicas com incisão camuflada no couro cabeludo, endoscópica e ressecções diretas. Em qualquer técnica o cirurgião oculoplástico busca o melhor efeito com o mínimo de cicatrizes.
A maioria das técnicas permite associação de procedimentos para o tratamento das rugas perioculares, melhorando o efeito estético da cirurgia.
Os principais riscos da cirurgia de elevação do supercílio são sangramento, infecção, assimetria, cicatrizes, hipo ou hipercorreção. Em alguns casos podem ser necessárias cirurgias complementares.
2. Procedimentos Reconstrutivos:
Descompressão de Órbita
Trata-se de um procedimento cirúrgico para o tratamento da proptose, ou exoftalmo. Na maioria das vezes essa cirurgia faz parte da reabilitação cosmético-funcional dos pacientes acometidos pela doença de Graves.
A descompressão de órbita compreende uma grande variedade de técnicas e tem como objetivo dar mais espaço para olho acomodar-se na órbita. Dentre as técnicas podemos citar a retirada de gordura e as técnicas associadas entre retirada de gordura e ampliação óssea das paredes da órbita. A descompressão óssea pode ser de parede medial, inferior e lateral (anterior ou profunda).
A técnica escolhida deve ser sob medida para cada caso. Com a utilização de técnicas minimamente invasivas os resultados são satisfatórios com cicatrizes não expostas, baixo índice de estrabismo pós-operatório e curto período de recuperação.